ღಌ Fairy Tale ღಌ

Toda, ou quase toda, a história. Cheia de todas as maravilhas, todas as aventuras, todos os medos, todas as lágrimas, todos os sorrisos, todas as esperanças, todas as angustias, todas as brigas, toda a cumplicidade, toda a verdade, todas as mentiras, toda a sinceridade e acima de todo o amor que lutou para estar onde chegou.

terça-feira, 31 de maio de 2011

30.05.2011

Ontem foi meu aniversário. Graças a todas as redes sociais que existem, todos que eu conheço, ou não, souberam, e vieram com todas aquelas frases manjadas, sorrisos amarelos e abraços esbarrados, desejando coisas boas, felicidades e me mandando ter juízo, como se eu tivesse largado a faculdade, com três filhos pra criar, um na barriga e atrás de um marido gordo e desempregado que só sabe beber cerveja e assistir TV [exagerada]. A questão é que este foi cair justo em uma segunda. Atualmente eu tenho que acordar as 7h da manhã as segundas para ir para faculdade, depois para o escritório e depois volto para a faculdade. Na faculdade aula com um idioma estrangeiro e muita contabilidade e no escritório tudo que eu deixei para terminar na outra semana, porque sexta-feira, sabe como é né, a preguiça e vontade de viver intensamente matam qualquer tarefa obrigatória. 8)
Além de todos os problemas rotineiros e toda a minha atitude atrapalhada e desconcertada diante de pessoas que só pareciam me querer bem, me senti extremamente frustrada por não conseguir fazer a única coisa que eu mais queria [e quero todo ano sempre] que é sumir. Ficar tranquila entende. Assistindo, comendo besteira, apenas com meus pensamentos e debaixo das cobertas [mesmo se estiver calor]. Adoro esse sossego e me concentrar somente em mim. de deixar chegar perto só quem eu realmente quero, e ainda assim, a pessoa realmente tem que merecer. Poxa, eu fico 364 dias esperando por um para refletir o que aconteceu de bom ou ruim e o que eu espero que aconteça nos próximos depois deste que é o marco do meu nascimento. Pois é, eu não me importo com o ano novo e faço minha reflexão TODA no dia do meu aniversário, afinal, é só nesse dia que, pelo menos para mim, a Terra finalmente completou seu ciclo em volta do Sol.
Foi divertido, bolo na empresa, bolo em casa com a família, me dei presente, ganhei presente, comi bastante, gastei o que não tinha [mesmo], dei risada, me estressei, mas nada disso se compara aquele numero estranho me ligando no meio da aula de frânces. Não atendi, mas mandei mensagem dizendo que ligava em 10 minutos. Passaram-se 20 até que eu conseguisse sair da aula. Durante esse tempo mais ligações e o botão de ocupado sempre debaixo do meu dedo. Mas a verdade é que eu queria atender logo, saber quem era, estava muito ansiosa, coisa boba né. Finalmente quando eu saí da aula o numero só dava fora de área. Ódio de todas as operados do mundo. Tudo bem, fica-pra-próxima-quem-sabe. A verdade é que não precisou ser assim. Me ligou de novo enquanto eu estava dentro do ónibus e foi o MELHOR parabéns. O mais bonito, mais sincero, mais desejado. Foi exatamente do jeito que eu esperava. Foi simples e especial e bastante conturbado também. Eu estava no ónibus com muito barulho em volta e a ligação falhava muito, isso quando não caia de vez. Ouvi exatamente o que eu queria ouvir e disse também tudo o que eu precisava e queria. Foi ótimo!
Parece que no final das contas as coisas vão ser sempre assim. Por mais que eu passe por problemas comuns, ou não, eu tenho certeza que vou ter sempre o que vai me motivar no final. A certeza que tudo vai ficar bem, e sempre vai dar certo independente da dificuldade. É muito gostosa a sensação de calma e felicidade que ficou. Me faz capaz de tudo. Tudo mesmo. É incrível como mudou minha forma de enxergar o mundo saber que a mão que eu sempre precisei me acompanha agora e vai me acompanhar sempre. Aquela mesma que vai passar por tudo mesmo que ela se machuque. A mão que nunca vai soltar a minha mesmo que o mundo esteja acabando. Aquela mesma mão que a Clarisse disse que ajudou a G.H. a seguir sempre em frente e esteve sempre do lado dela, esperando por ela.
O que eu quero dizer é que ontem foi o melhor aniversário que eu me lembro de ter tido desde que eu parei de gostar de balas mais do que de brinquedos, e comecei a gostar mais de livros do que de roupas. E por mais que eu não tenha outros como este, este para mim já é o suficiente. Eu fiquei feliz, dormi bem e acordei bem. Só isso.

"E deixava a vida fluir, esquecia-me dos teus defeitos e tu dos meus e com o tempo aprenderíamos a viver um com o outro sem nos cansarmos, sem nos magoarmos, sem sombras nem equívocos."
Se eu pudesse, levava-te agora para casa, sentavamo-nos a lareira a conversar explicava-te porque é que um dia reparei que existias e sem querer me esqueci do meu coração entre os teus dedos.
Se eu pudesse...mas não posso, porque ninguém caminha sozinho, uma ponte só se constroi se as duas margens deixarem e o rio só corre se a corrente o empurrar. E eu não sou mais que uma gota de água nesse rio parado, uma peça perdida de uma ponte desmantelada, um mapa riscado que se esqueceu de todos os caminhos, uma folha em branco que perdeu a caneta, um estandarte sem bandeira, uma voz sem som, uma mão sem a outra. Falta-me a tua voz, o teu desejo, o teu querer, o teu poder. Falta-me uma parte de mim que te dei e que agora já não podes devolver.
Um dia havemos de nos entender."


As Crônicas da Margarida

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Me [Des]Entenda

Ontem eu saí. Fui me distrair e fingir que tudo está sempre bem. Bebi para que o sorriso amarelo parecesse mais natural, conversei sobre qualquer coisa sem importância para evitar que sentimentos ou pensamentos, que estão muito bem guardados, viessem a tona. Não adiantou muito, depois da nossa 'conversa' eu não consegui deixar de pensar no que eu me tornei, no que eu fiz. Fui dormir pensando no que eu poderia ter feito para tudo ser diferente. Para que você não me odiasse. O único o problema é que percebi que não existe resposta para isso. Eu não poderia ter feito nada. Desculpa, eu não deveria tê-lo envolvido na minha vida naquela hora, pois a partir do momento que fiz isso, só existiu um rumo a ser seguido.
Não me entenda mal, sempre fui sincera no que eu dizia sentir por você. Me apaixonei intensamente e adorei isso. Amei cada instante. Te respeitei como disse que faria, porque você merecia e merece isso. Me esforcei, dentro da minha visível limitação pessoal, para ser o que você queria e precisava enquanto estive ao seu lado. Mesmo porque você era tudo isso pra mim, parecia irreal. Nunca soube como te distratar, sempre que dizia algo mais duro ou que você não gostasse, procurava uma forma de contornar a situação porque não suportava vê-lo chateado com qualquer coisa que eu dissesse ou fizesse. Me machucava sequer pensar que um dia eu te magoaria. Errei em ter prometido algo que eu não havia ainda sido capaz de aprender a fazer, e me arrependo somente disso. Mas final você me ensinou isso, portanto vou ser eternamente grata.
Dormi pensando em você, quando acordei li sua mensagem. Chorei, admito. Mas não exijo que você entenda minhas razões. Chorei porque só naquela hora eu me dei conta que tudo havia mudado. Eu havia perdido meu amigo, e sem nenhuma garantia de talvez, quem sabe, um dia tê-lo de volta. Eu perdi um namorado que era exatamente o que eu vinha esperando ter, por não ter crescido o suficiente para entender isso antes. Eu voltei a ser quem eu era antes desse namorado, mas não sei ainda se isso é bom ou ruim, e a sensação é horrível. Eu fiz algo que sempre evitei, por esse motivo me afastava tanto de todos que tentavam se aproximar de mim. Eu menti para mim mesma a ponto de acreditar nas minhas mentiras, e você confio em mim enquanto eu me iludia. E talvez eu tenha mesmo esse destino que você diz, talvez eu sofra, mas quando eu tomei minha decisão eu não estava pensando nesse talvez, apenas em promessas vazias que eu sempre acreditei. Por essas razões tão importantes e por outras que nem se encaixam, eu chorei.
Eu queria que você me compreendesse, mas eu sei que ainda é muito recente pra isso. Assim como uma amiga me disse, aquele cara que eu conheci, e que fez parte do passado dela, precisou de muito tempo para entender o que tinha acontecido. Ele precisou esquecer do ódio que se misturava com o amor que ele ainda sentia por ela. Ele precisou entender que quando se gosta assim, dessa forma que eu gosto desse outro cara que é o meu passado, se faz coisas que a lógica não permite [por isso eu dizia tanto que precisava ficar sozinha e pensar, deixar as emoções de lado]. Ele entendeu que ela poderia passar a vida ao lado dele sem ter tomado a decisão que os separou, mas isso não seria o que ele realmente queria, pois ela nunca seria dele por completo e ele nuca seriam felizes por completo. Ele entendeu que ela precisava estar livre por completo para decidir primeiro, e que infelizmente no lugar dela, ele teria feito as mesmas escolhas [assim como ele um dia fez].
Eu só quero você saiba, que se meu coração estivesse vazio e limpo de alegrias, dores, magoas, carinhos, tristezas, todos esses sentimentos inacabados, você seria mais do que suficiente para ocupá-lo, fazer dele sua casa, seu lar, seu esconderijo. Mudar tudo de lugar, fazer tudo do seu jeito. Você seria a única pessoa capaz de ser o que eu preciso, mesmo eu que eu não estivesse precisando de nada. Do meu jeito absurdo e completamente fora de entendimento eu te amei. Mas ainda não consigo controlar o que eu sinto, e que estava tentando esconder, e com o passar do tempo, e por conta de pequenos acontecimentos, o fim seria inevitável. Eu tentei não deixar marcas, e me empenhei em não te machucar, mas de nada adiantou, e agora só me resta esperar que você me perdoe um dia, quem sabe né. E quem sabe as coisas serão diferentes, para nós dois.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tentanto Me Explicar Só Um Pouquinho

Talvez eu volte aqui com mais frequência, no meu esconderijo preferido. É que eu perdi a proteção que me mantinha estável. O que fazia dos meus dias sempre agradáveis, sempre harmoniosos. Agora eu não tenho mais quem siga meus passos e conserte tudo o que minha natureza atrapalhada passa devastando. Eu não tenho mais a certeza de que o que eu sinto é certo ou errado, porque eu não tenho mais um ponto de referencia que me mostre o que pode ou não. Eu voltei a sentir calafrios, e a ter medo de chorar. Na verdade eu voltei a sentir vontade, talvez saudade do gosto de uma lágrima, e isso não acontecia a algum tempo [a não ser que eu pensasse muito em você e no nosso fim].
A verdade é que ele me deu uma segurança que você nunca foi capaz de me dar. Ele se preocupou com detalhes. Estes bobos que hoje em dia você fica todo feliz e orgulhoso de si próprio por ter lembrado e não errado. Ele não, ele sempre soube, talvez até mais do que eu. Ele lembrava e fazia questão disso, porque para ele isso era importante, diferente de você.
Ele cuidava de mim como se eu fosse extremamente frágil, alias, ele descobriu em mim essa fragilidade que nem eu mesma conhecia. Ele me mostrou que eu sou mais assustada do que imaginava, já você sempre me fez ser forte e superar tudo, nunca me deixou ser delicada, pois não havia espaço para isso no meio de todas as outras formas que eu tinha tomado apenas para você. E quando eu era, você estranhava e simplesmente dizia não ter me conhecido daquele jeito, e que não ser tão delicada era ser muito melhor.
Eu sempre acreditei em você, no final das contas para mim vocês estava sempre certo. A verdade é que você sempre vai estar. Você me conhece, sabe que no fundo eu sou feita de cristal, apenas tem medo que eu te mostre isso e você me quebre em pedaços [mais uma vez]. Você adora a minha independência, porque mesmo tão extrema eu sempre volto pra você, e isso te faz feliz. Te faz feliz que eu possa ter tudo, ser tudo, e queira apenas ter você e ser pra você.
O seu medo de que eu conhecesse uma nova vida e nunca mais voltasse não existe mais, talvez isso seja o que vai definir nossos rumos. Depois dele você sentiu um medo [que eu não achei que realmente tivesse] de me ver ser feliz [de verdade] sem que você faça parte disso. Porque ele me fez feliz, inteiramente feliz, em cada pedacinho do nosso dia. Em cada sms de bom dia, cada bico pedindo um beijo, cada abraço apertado, cada palavra, cada gesto. Eu não sei como explicar, mas ele realmente parecia ser exatamente tudo o que eu queria e precisava. Dessa vez você realmente quase me perdeu. Pra sempre. Não um pra-sempre-de-brincadeira, mas um pra-sempre-de-verdade, daqueles que deixa saudade, mas não machuca mais. A única coisa que ele não era, é você. Mesmo ele sendo TUDO, faltou isso, e isso me fez estragar tudo de todas as formas possíveis.
Eu me transformei em tudo o que eu odiei em uma pessoa uma vez. Não com a mesma versão de história, porque a dela, dessa pessoa, teve lados que eu ainda considero piores [desculpa falar isso tá], mas ainda assim eu fui tão rude quanto pude. De um jeito, que leva tempo e paciência para entender, basicamente tem que viver. Eu fui sincera e mentirosa. Eu fiz o certo e o errado. Eu vivi dois lados distintos em cada momento da minha vida. E eu nunca deveria ter feito isso. Eu realmente espero poder fazer alguma coisa quanto a isso um dia, mas infelizmente isso vai demorar, eu sei. Só não sei o quanto, e isso me deixa angustiada.
Agora que eu voltei a tremer, vou voltar também a criar expectativas e me decepcionar, como eu fazia com você antes. Mas pelo menos dessa vez eu posso dizer que conheci o que é ser feliz de uma forma simples e pura, ter alguém que se importa de verdade, ter onde me espelhar e parar de empurrar com a barriga esperando algo melhor. Eu já conheci algo melhor e perdi [escolha minha admito], e agora quero o melhor que eu tanto esperei e sofri para ter, mas dessa vez se ele não acontecer, eu não vou mais insistir, e eu sei que você também não, e eu vou simplesmente recolher meus cacos e seguir em frente [essa é aquela ultima tentativa da qual a gente sempre fala], e talvez encontrar algo melhor ainda que o melhor que eu tive, quem sabe até ter o meu melhor de volta, não sei, só sei que dessa vez eu vou fazer tudo certo, sempre. Prometo!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Leviana

"I don't feel miserable or angry. I don't feel good or bad. I feel nothing."

Mais uma vez tomei minha decisão. Fechei os olhos, tapei os ouvidos e caminhei com passos firmes, batendo de frente com muralhas e passando por cima de qualquer obstáculo a minha frente. Ouvindo apenas o som da minha voz ignorei avisos e conselhos. Destrui qualquer coisa que tentou me prender, machuquei qualquer um que tentou se aproximar. E como sempre fui direto ao ponto que não me dá a menor possibilidade de retorno. Fui egoísta e rude. Proibi sentimentos perto do meu coração, e não permiti que meu espírito se aventurasse como antes. Tive medo, por isso caminhei lado a lado com a tristeza e fiz da solidão a amante que me completava.

Agora eu estou imovel. Inerte. Simples. Não sei dizer o porque, contudo parei. Não sei se era realmente isso o que eu queria. Não sei se realmente quis me locomover como havia feito a principio. Não sei o que pensar, entretanto meus pensamentos não param e não se encaixam e não se finalizam. Talvez seja esse o motivo pelo qual não consiga mais me mexer. Talvez eu não saiba mais andar e talvez eu simplesmente não saiba mais nada. Odeio a confusão que o não-saber causa. Preciso saber, tenho essa necessidade absurda de toda e qualquer informação, que me empurre para frente ou para trás, que puxe para os lados. Que simplesmente me tire do lugar. Preciso de verdades e mentiras que me façam entender ou não, acreditar ou duvidar. Preciso de comoções, mas não piedades.

Constantemente eu deixo rastros, basta saber onde olhar para encontrá-los. Gosto de saber que eu sou localizavel. E gosto mais ainda de saber que quem me encontra realmente quer que isso aconteça. Não penso quando faço qualquer coisa, sou do tipo que raciocina mesmo depois, se algo der errado, é só depois que eu me preocupo em consertar, se não tive conserto tudo bem, talvez, eu acho. É só depois que eu respiro e olho de todos os ângulos. Durante eu penso pouco, respiro pouco e olho só de frente, mas de frente não é o suficiente. É muito intenso, me força a tomar decisões, me faz ter medo de arrependimentos. Eu gosto de deixar rastros, porque por onde eu passo eu sempre atinjo principalmente quem me é importante. Pode ser bom ou ruim. Depois eu tenho essa esperança de que esse ser importante vai querer me encontrar e recomeçar. Eu me agarro a essa esperança, por isso eu me movo tanto, por isso ficar imovel me desestabiliza, por isso eu nunca sei ao certo o que eu sei. Porque eu nunca sei como será esse reencontro e isso também me assusta. É uma contraditoriedade que me sufoca, e me impede.

Talvez o que eu digo seja confuso, mas é exatamente assim que é. É exatamente assim que os sentimentos são. É exatamente assim que eu vivo. É exatamente disso que eu gosto. Eu não conheço outra forma de sentir ou de mostrar o que eu sinto. E isso é o mais perto que eu vou chegar de agradecer ou me desculpar com você, pelo que eu sou ou fiz ou vou ser ou vou fazer. É imprudente minha atitude assim como é intoleravel a minha maneira de sentir, eu sei, mas é isso, só isso, e pra mim isso só já basta.

"You want to know how I feel? I feel hurt."