ღಌ Fairy Tale ღಌ

Toda, ou quase toda, a história. Cheia de todas as maravilhas, todas as aventuras, todos os medos, todas as lágrimas, todos os sorrisos, todas as esperanças, todas as angustias, todas as brigas, toda a cumplicidade, toda a verdade, todas as mentiras, toda a sinceridade e acima de todo o amor que lutou para estar onde chegou.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Leviana

"I don't feel miserable or angry. I don't feel good or bad. I feel nothing."

Mais uma vez tomei minha decisão. Fechei os olhos, tapei os ouvidos e caminhei com passos firmes, batendo de frente com muralhas e passando por cima de qualquer obstáculo a minha frente. Ouvindo apenas o som da minha voz ignorei avisos e conselhos. Destrui qualquer coisa que tentou me prender, machuquei qualquer um que tentou se aproximar. E como sempre fui direto ao ponto que não me dá a menor possibilidade de retorno. Fui egoísta e rude. Proibi sentimentos perto do meu coração, e não permiti que meu espírito se aventurasse como antes. Tive medo, por isso caminhei lado a lado com a tristeza e fiz da solidão a amante que me completava.

Agora eu estou imovel. Inerte. Simples. Não sei dizer o porque, contudo parei. Não sei se era realmente isso o que eu queria. Não sei se realmente quis me locomover como havia feito a principio. Não sei o que pensar, entretanto meus pensamentos não param e não se encaixam e não se finalizam. Talvez seja esse o motivo pelo qual não consiga mais me mexer. Talvez eu não saiba mais andar e talvez eu simplesmente não saiba mais nada. Odeio a confusão que o não-saber causa. Preciso saber, tenho essa necessidade absurda de toda e qualquer informação, que me empurre para frente ou para trás, que puxe para os lados. Que simplesmente me tire do lugar. Preciso de verdades e mentiras que me façam entender ou não, acreditar ou duvidar. Preciso de comoções, mas não piedades.

Constantemente eu deixo rastros, basta saber onde olhar para encontrá-los. Gosto de saber que eu sou localizavel. E gosto mais ainda de saber que quem me encontra realmente quer que isso aconteça. Não penso quando faço qualquer coisa, sou do tipo que raciocina mesmo depois, se algo der errado, é só depois que eu me preocupo em consertar, se não tive conserto tudo bem, talvez, eu acho. É só depois que eu respiro e olho de todos os ângulos. Durante eu penso pouco, respiro pouco e olho só de frente, mas de frente não é o suficiente. É muito intenso, me força a tomar decisões, me faz ter medo de arrependimentos. Eu gosto de deixar rastros, porque por onde eu passo eu sempre atinjo principalmente quem me é importante. Pode ser bom ou ruim. Depois eu tenho essa esperança de que esse ser importante vai querer me encontrar e recomeçar. Eu me agarro a essa esperança, por isso eu me movo tanto, por isso ficar imovel me desestabiliza, por isso eu nunca sei ao certo o que eu sei. Porque eu nunca sei como será esse reencontro e isso também me assusta. É uma contraditoriedade que me sufoca, e me impede.

Talvez o que eu digo seja confuso, mas é exatamente assim que é. É exatamente assim que os sentimentos são. É exatamente assim que eu vivo. É exatamente disso que eu gosto. Eu não conheço outra forma de sentir ou de mostrar o que eu sinto. E isso é o mais perto que eu vou chegar de agradecer ou me desculpar com você, pelo que eu sou ou fiz ou vou ser ou vou fazer. É imprudente minha atitude assim como é intoleravel a minha maneira de sentir, eu sei, mas é isso, só isso, e pra mim isso só já basta.

"You want to know how I feel? I feel hurt."

Nenhum comentário: