ღಌ Fairy Tale ღಌ

Toda, ou quase toda, a história. Cheia de todas as maravilhas, todas as aventuras, todos os medos, todas as lágrimas, todos os sorrisos, todas as esperanças, todas as angustias, todas as brigas, toda a cumplicidade, toda a verdade, todas as mentiras, toda a sinceridade e acima de todo o amor que lutou para estar onde chegou.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Aquela Caixinha

Sabe aquelas preciosidades SÓ NOSSAS, que guardamos dentro de uma caixinha com a intenção de esquecer, mas jamais perder. Coisas que deixam um sentimento dolorido e que não cabe dentro do peito. Que simplesmente não cabem mais na nossa vida, rotina, costumes, gostos, pensamentos, contudo insistem em se prender ao nosso coração de uma maneira tão intensa, que se torna parte permanente dele, e quando optamos pela separação, uma simples tentativa já o deixa em pedaços de tanto que machuca.
São coisas que não sabemos [ou talvez saibamos um pouquinho sim] explicar o porque de serem tão únicas. Essas coisas especiais dentro dessa caixinha bonita, ou de alguma que pegamos ao acaso, que nos esforçamos para esconder de nós mesmo e esquecer enquanto quanto pudermos ou o quanto precisarmos, são coisas que marcam nossa vida, nosso passado.
Costumamos arrumar um lugar especial para guardar essa caixinha. Um lugar que nem nós mesmo lembramos onde é. Um lugar que anos mais tarde vamos mexer, e encontrar essa caixinha especial com todas essas coisas tão cheias de lembranças, que ainda vão ser tão reais e recentes quanto o vento que sentimos arrepiar a pele hoje de manhã.
Para algumas pessoas é muito fácil selecionar o que vai ou não ser eternizado. Mas para mim não é, nunca foi e provavelmente nunca será. Eu sempre guardei muito lixo, como exemplo: aquele curativo que você fez no meu dedo quando eu me cortei com o copo quebrado que estava no quarto, a corrente em formato de dragão que quebrou durante uma discussão, o bilhete que você escreveu coisas bonitas e achou que eu deveria ficar com ele, as cartas ilegíveis escritas em tantos momentos, a sua foto na varanda que você sorria, aquele 3x4 que eu não faço ideia de como você sempre sai bem, a chave da sua antiga casa que eu achei que tivesse perdido, etc.
Enfim, são todas coisas que eu não tenho mais porque manter comigo, mas eu gosto. Eu gosto da sensação que eu tenho toda vez que abro aquela caixinha em formato de coração e vejo todas essas bobeiras que não tem a menor utilidade. Eu sinto vontade de reviver cada momento que me vem a cabeça. De passar por tudo novamente, mas com outras atitudes, outras respostas. Sinto vontade de cuidar melhor das feridas para que elas deixem de ser as cicatrizes feias que são hoje e de fazer mais para deixar os sorrisos que se perderam sempre antes das lágrimas que teimam em voltar.
Eu tenho essa caixinha, ela é especial para mim hoje, não sei amanhã, não sei depois. Hoje eu sei onde ela está, mas as vezes eu sinto vontade de esquecer, e fico me perguntando como eu reagiria caso a encontrasse daqui 20 anos, se eu me lembraria de tudo como eu me lembro hoje, se continuaria com os mesmos pensamentos, vontades, sonhos, se eu continuaria a guardando, ou me livraria dela e de tudo que ela significa. Eu não sei.

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